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acrisalves's review against another edition
4.0
Publicado originalmente em https://osrascunhos.com/2017/05/06/historia-do-espelho-sabine-melchior-bonnet/
Objecto que reflecte a luz de tal maneira que preserva a maioria das características físicas da luz original, o espelho apresenta-se como um reflexo da história da humanidade, evoluindo com a progressão tecnológica e cultural ao longo de vários séculos. Se, nas civilizações mais antigas, se olhava para a própria imagem através de superfícies distorcidas que davam uma pálida ideia da realidade, na Idade Média os espelhos venezianos tornaram-se sobejamente cobiçados, possuídos apenas por quem detinha fundos suficientes.
Em História do Espelho explora-se esta evolução do objecto sobre várias perspectivas. Objecto de luxo adquirido por nobres e burgueses ricos, levou a pequenas guerras entre os que pretendiam manter o processo de produção em Veneza e os que pretendiam exportar o método para outros países como França. Estas pequenas guerras envolveram espionagem, traições e envenenamentos por porem em causa negócios de volume avultado.
Apesar de ser um livro de não ficção, consegue-se afastar da deposição fria de factos para apresentar uma narrativa intercalada com episódios mirabolantes, pequenas curiosidades que fazem a sucessão de factos ganhar densidade e interesse. Depois de explorados os elementos económicos e sociais, parte-se para a componente mental e espiritual, colocando o espelho ora como elemento necessário para o auto-conhecimento, ora como elemento de disrupção narcisista e, até, cúmplice do Diabo, objecto usado, não para reflectir, mas para distorcer, portal de entrada a Satanás, nem que seja por abrir, na mente de quem se admira a si próprio longamente, uma porta de entrada para o mal.
Objecto que reflecte a luz de tal maneira que preserva a maioria das características físicas da luz original, o espelho apresenta-se como um reflexo da história da humanidade, evoluindo com a progressão tecnológica e cultural ao longo de vários séculos. Se, nas civilizações mais antigas, se olhava para a própria imagem através de superfícies distorcidas que davam uma pálida ideia da realidade, na Idade Média os espelhos venezianos tornaram-se sobejamente cobiçados, possuídos apenas por quem detinha fundos suficientes.
Em História do Espelho explora-se esta evolução do objecto sobre várias perspectivas. Objecto de luxo adquirido por nobres e burgueses ricos, levou a pequenas guerras entre os que pretendiam manter o processo de produção em Veneza e os que pretendiam exportar o método para outros países como França. Estas pequenas guerras envolveram espionagem, traições e envenenamentos por porem em causa negócios de volume avultado.
Apesar de ser um livro de não ficção, consegue-se afastar da deposição fria de factos para apresentar uma narrativa intercalada com episódios mirabolantes, pequenas curiosidades que fazem a sucessão de factos ganhar densidade e interesse. Depois de explorados os elementos económicos e sociais, parte-se para a componente mental e espiritual, colocando o espelho ora como elemento necessário para o auto-conhecimento, ora como elemento de disrupção narcisista e, até, cúmplice do Diabo, objecto usado, não para reflectir, mas para distorcer, portal de entrada a Satanás, nem que seja por abrir, na mente de quem se admira a si próprio longamente, uma porta de entrada para o mal.
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