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antmarques's review against another edition
5.0
Eu não queria gostar deste livro. António Lobo Antunes não é um autor consensual. Frequentemente assume posições que considero infelizes. Falta ao respeito aos colegas de arte. Arrogante e protagoniza uma rivalidade estéril com Saramago.
Eu não queria gostar deste livro. Mas sou daqueles que defendem que a obra ganha vida própria depois criada, tal como filho e pai. E assim mergulhei neste desafio expectante, perante águas que prometiam ser conturbadas em "Os Cus de Judas".
Eu não queria gostar deste livro. As primeiras páginas foram um processo de adaptação. Pontuação pouco convencional, uma prosa poética, plena de metáforas, com viagens na memória e uns salpicos de fluxo de consciência. Exigente, com necessidade de abrandar para amadurecer as reflexões, para degustar as palavras, as analogias, o estilo tanto poético como vernacular.
Eu não queria gostar deste livro. Mas encontrei nele o relato cru e pungente de um homem atormentado, que na guerra só pensa em casa e em casa só pensa na guerra. Uma alma revoltada contra o poder num mundo sem céu, só inferno. Uma montanha russa de relatos violentos, gratuitos ou desesperados, como só o Homem consegue fazer.
Eu não queria gostar deste livro. Mas vi nele a substância de que é feita a guerra. Uma lama com sangue de inocentes, suor dos ingénuos, lágrimas dos incautos e sémen de invasores. Lama que arrasta muitos e toca todos na sua torrente.
Eu não queria gostar deste livro. Mas senti nele as fragilidades e medos sinceros e as confissões mais íntimas de um homem que sempre me pareceu intocável e distante. Caíram muros de ideias feitas e de admirações contrariadas, ainda que não de simpatias sentidas.
Eu não queria, mas gostei, e muito deste livro. palpável a genialidade. Perdoem-me a veleidade emocional de considerar este como um dos nossos grandes escritores vivos. Não sei quando voltarei a ler Lobo Antunes. Normalmente a excitação de conhecer um novo registo leva a melhor. Mas é certo que nos voltaremos a encontrar, talvez numa sanzala qualquer...
Eu não queria gostar deste livro. Mas sou daqueles que defendem que a obra ganha vida própria depois criada, tal como filho e pai. E assim mergulhei neste desafio expectante, perante águas que prometiam ser conturbadas em "Os Cus de Judas".
Eu não queria gostar deste livro. As primeiras páginas foram um processo de adaptação. Pontuação pouco convencional, uma prosa poética, plena de metáforas, com viagens na memória e uns salpicos de fluxo de consciência. Exigente, com necessidade de abrandar para amadurecer as reflexões, para degustar as palavras, as analogias, o estilo tanto poético como vernacular.
Eu não queria gostar deste livro. Mas encontrei nele o relato cru e pungente de um homem atormentado, que na guerra só pensa em casa e em casa só pensa na guerra. Uma alma revoltada contra o poder num mundo sem céu, só inferno. Uma montanha russa de relatos violentos, gratuitos ou desesperados, como só o Homem consegue fazer.
Eu não queria gostar deste livro. Mas vi nele a substância de que é feita a guerra. Uma lama com sangue de inocentes, suor dos ingénuos, lágrimas dos incautos e sémen de invasores. Lama que arrasta muitos e toca todos na sua torrente.
Eu não queria gostar deste livro. Mas senti nele as fragilidades e medos sinceros e as confissões mais íntimas de um homem que sempre me pareceu intocável e distante. Caíram muros de ideias feitas e de admirações contrariadas, ainda que não de simpatias sentidas.
Eu não queria, mas gostei, e muito deste livro. palpável a genialidade. Perdoem-me a veleidade emocional de considerar este como um dos nossos grandes escritores vivos. Não sei quando voltarei a ler Lobo Antunes. Normalmente a excitação de conhecer um novo registo leva a melhor. Mas é certo que nos voltaremos a encontrar, talvez numa sanzala qualquer...
laurassc's review against another edition
4.0
Difícil, cru, duro e belo. Dá urgência de ler, mas não de que se acabe...
kneu_7's review against another edition
medium-paced
- Plot- or character-driven? Character
- Strong character development? Yes
- Loveable characters? It's complicated
- Diverse cast of characters? No
- Flaws of characters a main focus? Yes
4.0
scoobydoe's review against another edition
dark
funny
reflective
fast-paced
- Plot- or character-driven? A mix
- Strong character development? No
- Loveable characters? It's complicated
5.0
nulie_thomson's review against another edition
challenging
dark
mysterious
reflective
slow-paced
- Plot- or character-driven? Character
- Strong character development? It's complicated
- Loveable characters? It's complicated
- Diverse cast of characters? No
- Flaws of characters a main focus? It's complicated
3.5
marie_hermine's review against another edition
dark
emotional
reflective
sad
fast-paced
- Plot- or character-driven? Character
- Strong character development? It's complicated
- Loveable characters? It's complicated
- Diverse cast of characters? Yes
- Flaws of characters a main focus? It's complicated
4.5
smuds2's review
challenging
dark
reflective
sad
fast-paced
- Plot- or character-driven? N/A
- Strong character development? No
- Loveable characters? No
- Diverse cast of characters? No
- Flaws of characters a main focus? It's complicated
2.0
First of all, this is a rough book to read, both functionally and thematically.
Functionally - jeez the run ons and metaphors that turn into other metaphors. It took me until maybe page 40 to get used to the writing to the point where it didn't feel like a struggle just to pick up the book. The writing (and translation) are beautiful, don't get me wrong. But it is incredibly mentally taxing to trace along the different threads of a single sentence.
I think I understand why that stylistic choice is made - could either make the argument that war scrambles the brains, or that it's just a character study of an internal voice or something like that. Idk. I get it, it was a good decision, but that doesn't change how functionally hard it is to read.
Thematically, there's a lot to unpack, from like, arrested development, to stolen youth, to barbarism of war, to the elite using others as pawns in war, to life/death (and hoo boy that was one of his favorite themes). I found it hard to relate to any and the author (and translator) still had me feeling what he wanted me to feel. It was just a well executed book.
I prefer less sexual tones, and metaphors. And honestly - his overuse of sexuality is what docked it down from like a 4.2 to a 3.5 for me. It felt forced and always pulled me out of the thread he was telling when he talked about penises or boobs or vaginas.
Functionally - jeez the run ons and metaphors that turn into other metaphors. It took me until maybe page 40 to get used to the writing to the point where it didn't feel like a struggle just to pick up the book. The writing (and translation) are beautiful, don't get me wrong. But it is incredibly mentally taxing to trace along the different threads of a single sentence.
I think I understand why that stylistic choice is made - could either make the argument that war scrambles the brains, or that it's just a character study of an internal voice or something like that. Idk. I get it, it was a good decision, but that doesn't change how functionally hard it is to read.
Thematically, there's a lot to unpack, from like, arrested development, to stolen youth, to barbarism of war, to the elite using others as pawns in war, to life/death (and hoo boy that was one of his favorite themes). I found it hard to relate to any and the author (and translator) still had me feeling what he wanted me to feel. It was just a well executed book.
I prefer less sexual tones, and metaphors. And honestly - his overuse of sexuality is what docked it down from like a 4.2 to a 3.5 for me. It felt forced and always pulled me out of the thread he was telling when he talked about penises or boobs or vaginas.
bettyvd's review against another edition
1.0
Antonio heeft me verzopen in zijn beelden. 40 bladzijden getrotseerd en dan gevlucht (misschien onterecht).
magrarida's review against another edition
dark
tense
fast-paced
3.25
Este livro é capaz de ser dos livros mais complicados que já li - tanto a nível da escrita, como a nível da história.
A escrita fez-me resistir e (ressentir) o livro, é complicado focarmo-me num livro sobre a Guerra Colonial, sobre a perspetiva da força opressora, quando os parágrafos são intermináveis e há um shift constante entre os lugares que o narrador percorre.
Posto isto, é possível ler uma história real que descreve as atrocidades da Guerra - desde a morte de camaradas, a violações de mulheres, aos próprios pensamentos suicidas do autor.
É um livro pesado, que me fez refletir bastante sobre a inutilidade daquela guerra, uma réstia de esperança dos "Senhores de Lisboa" em agarrarem-se ao sonho do Portugal antigo, dono de terras que não lhe pertenciam.
A escrita fez-me resistir e (ressentir) o livro, é complicado focarmo-me num livro sobre a Guerra Colonial, sobre a perspetiva da força opressora, quando os parágrafos são intermináveis e há um shift constante entre os lugares que o narrador percorre.
Posto isto, é possível ler uma história real que descreve as atrocidades da Guerra - desde a morte de camaradas, a violações de mulheres, aos próprios pensamentos suicidas do autor.
É um livro pesado, que me fez refletir bastante sobre a inutilidade daquela guerra, uma réstia de esperança dos "Senhores de Lisboa" em agarrarem-se ao sonho do Portugal antigo, dono de terras que não lhe pertenciam.
sukrolik's review against another edition
dark
emotional
informative
sad
medium-paced
- Plot- or character-driven? Plot
- Strong character development? It's complicated
- Loveable characters? It's complicated
- Diverse cast of characters? No
- Flaws of characters a main focus? No
4.25