Reviews

Johnny Mnemonic by William Gibson

saitu282's review

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dark emotional fast-paced

5.0

Bleak, in-your-face, depressing, but with that edge of hope, that light at the end of the tunnel. Classic cyberpunk fare. Naturally, it would bw, seeing as it's Gibson. Love it!

rolandosmedeiros's review

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3.0

Mesmo quando se conhece pouquíssimo sobre a escrita do William Gibson (o meu caso), alguma coisa se sabe sobre a influência, afinal, é o criador de um gênero e de uma estética visual que permanece em alta (e tender a continuar) mesmo quarenta anos depois. Sincronicamente, quando eu escrevia essa resenha, a rede social fervilhava com uma nova animação da Netflix adaptando uma side-story do Cyberpunk 2077, jogo que bebe bastante deste conto aqui. Por exemplo, no jogo da CD PROJEKT, um conceito principal da trama do protagonista adapta o conto, e até o mesmo ator de uma antiga adaptação do mesmo (Keanu Reeves) foi utilizado.

Neon, megacorporações, chuva refletida nas cores cromáticas, tecnologias peculiares e avançadas, segregação social; quase tudo já enraizado no imaginário popular quando se toca no nome Cyberpunk já aparece de alguma maneira por aqui, en passant, já nas primeiras criações do autor.

E vai além: por exemplo, aqui tem o Jones, um Golfinho (veterano de guerra da Marinha) viciado em heroína que vive num tanque de madeira estreito e se comunica via painel de luzes de natal (pisca-piscas) reciclados. Sim. Um golfinho viciado em heroína. (Ele era utilizado pela marinha para desamar minas aquáticas…)

Ele é de longe o personagem mais marcante da narrativa, que é bem simples em questão de trama. O Johnny — o personagem principal —, em contrapartida, consegue ser mais desinteressante que alguns figurantes — há no bar, cenário principal da primeira parte, um Iggy Pop-esque de pele lisa, sintética e dentes podres; ou a dupla de mulheres porradeiras (uma, inclusive, transgênero) — que somem ou morrem em poucas páginas.

Não é do meu feitio um conto que se paute quase total e unicamente na exposição e descrição, onde o encadeamento narrativo consegue ser mais simples que a já batida estrutura de Jornada do herói; mas, é elogiável a maneira com que o Gibson abre a narrativa e imerge o leitor em um mundo único, antes inimaginável, e agora completamente coerente, em um exercício de livre imaginação afastado mais próximo da tecnologia, porém sem largar mão da construção de mundo herdada da fantasia.

Um exercício saudável a se fazer ao ler esta história, é constantemente se lembrar de que para quem leu na época, não havia nada como aquilo antes, o Gibson estava inserindo os leitores em um mundo totalmente novo, liquido e conceitual. E isso ele faz muito bem. Você lê a primeira página, e está lá o Cyberpunk que conhecemos, difícil até imaginar que ninguém houvesse feito antes. Soa natural, em consonância com o avanço tecnológico da sociedade; e isso não falo para diminuir, pelo contrário, é como disse um cientista famoso: "as verdades absolutas são perfeitamente fáceis e compreensíveis, depois de descobertas; o difícil é descobri-las."

**

Mesmo que as páginas seguintes fossem a mais pura porcaria (adianto, apesar da simplicidade, não são), o trabalho de inserção e cenarização — acrescenta-se, uma leve imersão — já é importantíssimo. Mesmo que o Gibson tivesse morrido após "dropar essa bomba", a raiz de tudo está aqui; e entrando num desses what ifs malucos, mesmo que Neuromancer não existisse depois depois daqui, nossa “linha temporal” não mudaria tanto, muitos viriam beber diretamente daqui, como o fez a CD PROJEKT, que espremeu até a última palavra dessas dezessete páginas aqui.

A exemplo da construção, uns excertos da primeira página (coloquem em mente, como disse, que isso aqui é praticamente a inauguração desse subgênero, e notem como ainda é próximo do que vemos atualmente no cinema ou nos jogos):

"Desci do metrô três estações adiante da plataforma mais próxima e voltei esse trecho na caminhada. Procedimento a prova de falhas. Chequei meu visual refletido no tapume cromado de um quiosque de café: rosto caucasóide básico com uma coleira de pêlo duro e escuro.

As meninas do Na Ponta da Faca curtem muito o Sony Mao e foi difícil convencê-las a não me implantarem olhos puxados. Minha fachada provavelmente não enganaria Ralfi, mas poderia me ajudar a chegar perto da mesa dele."


"O Drome tem um ambiente único e estreito com um bar ao fundo e mesinhas na lateral, carregado de cafetões, empresários de lutadores e uma sinistra variedade de traficantes.
As Cadelas Magnéticas tomavam conta da porta naquela noite e não me agradava a ideia de ter de passar por elas caso as coisas dessem errado e eu tivesse que fugir correndo. Elas tinham dois metros de altura e eram magras como cães galgos. Uma era branca; a outra, preta. À parte essa diferença, eram tão idênticas quanto possível ser com ajuda de cirurgia plástica. Amantes há anos, eram barra pesada quando o pau quebrava. Eu nunca me lembrava ao certo qual das duas tinha sido homem."


(...) Ralfi estava em sua mesa de sempre. Devia-me muita grana. Eu tinha centenas megabytes armazenados na cabeça no sistema idiota/sábio. Não tinha acesso a essas informações. Ralfi as tinha postas lá, mas não havia voltado para buscá-las. Só ele poderia recuperar os dados utilizando uma frase código. Já não sou barato, pra começo de conversa, e minha hora extra para armazenagem de dados é bem cara."


Eu dei uma volta, e não falei do Johnny, mas, resumidamente, ele é um traficante/contrabandista de memória: num mundo onde a informação em dados está sempre a mercê de ser facilmente quebrada e decodificada, Johnny, que não sabe o que armazena, e que só com uma senha do contratante é revelado (ele fica inconsciente nesse processo), faz-se útil.

A trama revolve-se em torno de um desses trabalhos que deu errado, Johnny pegou informações demais, e o contratante não veio retirar. Isso para o Johnny significa perigo, a sua memória (ou o que restou) começa a diluir-se no excesso de informações, ao ponto de esquecer quem é, e de ter lapsos de (ir)realidade; deve, portanto, imediatamente procurar o contratante e resolver isso de uma vez.

Molly Millions, apesar de "cool", é inserida de modo totalmente caótico na história, que combina com a função de sua personagem, mas não eleva muito a história; é ela que dá ação à história e carrega o Johnny literal e figuradamente, e é uma personagem central para os trabalhos seguintes do Gibson. É aqui que a vemos em ação pela primeira vez.

Outro ponto apenas suscitado aqui e bem explorado nas diversas adaptações desse subgênero, é a decadência camuflada pela alta tecnologia; aqui temos, por exemplo, o próprio painel de luzes de
natal recicladas do Jones, o grupo de revolucários LoTeks (lê-se, low-techs), a cidade deles, suspensa em vigas e cordas acima de Nightcity; a cirurgia plástica para adquirir o rosto de um famoso astro do rock, mas em compensação os dentes podres e decadentes; o Neon avariado de tiros, e a desistência das equipes de manutenção a continuar a repará-los; os arcos da cidade, consequentemente, cobertos de fuligem… Até o embate final, que da-se numa espécie de arena suspensa, que também é uma discoteca, para a diversão dos Lo-Teks.

Por fim, em aspectos literários, apesar de eu recomendar o conto, retirando os objetos (fictícios, fantasiosos) e fenômenos (idem), o que se tem é apenas descrição; quase como um passeio, uma noite em Nightcity, que retirando todo este caráter mencionado, influencial e inaugural, não tem muita potência; é o tipo de história que funciona só nas mãos de um escritor com um GRANDE domínio sob a linguagem, que não é o caso da maneira descritivista do Gibson.

A estrutura é bem bobinha, no entanto, quando a história é colocada numa coleção, ou situada num universo, reaparecendo em fragmentos, a exemplo do que ocorre aqui, até que torna-se interessante. Por exemplo, o final, quando o Johnny decide
Spoiler se enfiar ainda mais na merda: agora ele não mais contrabandeia informação simplesmente, ele a partir do fim do conto, torna-se um subornador. E a conclusão, dada somente nos livros seguintes, de que ele foi não-surpreendente morto pela Yakuza, meio que quebra a estrutura que inicialmente parece engessada; é um acontecimento ilustrativo do microcosmo da Nightcity.
Enfim, é interessante, curtíssimo e vale a leitura.

jackroche's review

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Not sure what this is exactly but I’m just trying to log the short story. Might have enjoyed it more had I read it prior to Neuromancer, so I could be more taken with the introduction to the Sprawl, which is the main draw. Otherwise a little too much action and not quite enough soul, but the atmosphere is excellent.

awwsunshine's review

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3.0

 the dolphin addicted to heroin was certainly something i was not expecting 

arlenea's review

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5.0

I read this in OMNI, forever ago. Much, much better-in my opinion-than the movie.

fantastiskfiktion's review against another edition

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4.0

https://fantastiskfiktion.wordpress.com/2015/02/17/johnny-mnemonic-och-andra-berattelser/

howattp's review against another edition

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challenging dark tense fast-paced

4.0

daisykajsa's review against another edition

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slow-paced

1.0

justiceofkalr's review

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3.0

I have read this story at least twice, but always have to think hard to remember that I've actually read it. It's not bad, I enjoyed it while reading it, it's just somehow completely unmemorable for me. I can tell you the general set-up of the story but none of the actual action. On the other hand as weird as the movie version is, I at least distinctly remember it.

sunstrok's review

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adventurous fast-paced
  • Plot- or character-driven? Plot
  • Strong character development? No
  • Loveable characters? It's complicated
  • Diverse cast of characters? Yes
  • Flaws of characters a main focus? No

2.0